Ao chegar em casa cansado, na volta da escola,
Encima da cama, colocava a sacola e o guarda pó,
Comia um ovo frito com arroz e feijão requentados
E subia o carreador, num sol quente que dava dó.
Quando eu descansava à sobra de um pé de café,
Escrevia, com o indicador, palavras na terra nua,
Sempre com o pensamento distante da realidade,
Então alguém dizia que eu estava no mundo da lua.
Às vezes até alguns versos eu escrevia na poeira,
Falando de alguma coisa que agora não me recordo,
Talvez de algum fato que acontecia lá na escola.
E agora quando me recordo destas cenas vividas,
Eu penso que o meu forte nunca foi lavrar a terra,
Acho que se tivesse insistido, hoje pediria esmola.
Maringá 13.09.07.
verde