A ideia sublime de que o amor é paixão
Substitui o horizonte que o olhar alcança
Dobra-se em múltiplos beijos e desejos
Sentimentos que se rebolam na cama
Dilúvios de sonhos que cabem na mão
Muito mais que essa simples aliança
Adornada de samba e vistosos cortejos
De quem anda por aí com quem ama
Os dias que morreram ontem nas memórias
São passados lembrados por gentes e poetas
Que adormecem nas areias frias à beira mar
À luz das lareiras que dão cor aos astros
Vulcões e rios de lava a incendiar histórias
Cantadas por velhos anciãos a suas netas
Que sonham um dia crescer e não voltar
Ficar longe de tudo, de nada e dos outros
As mentiras elásticas contornam o mundo
E espalham-se como febres moribundas
Que distorcem as lágrimas derramadas
E a verdade da razão morta pela guerra
O tempo também morre a cada segundo
Quando se afoga em águas tão profundas
Sofre a mulher que um dia foi amada
Sofre o que vive no olhar que descerra
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma