Porfiando no meu quarto, inerte e em total falta
para com o mundo, que a desgraça bate à porta,
não me deixo enganar, pela omissão que assalta
meu descanso imerecido corporizando a retorta.
O que é preciso é vir para a rua gritar diz a malta
estranhando meu ir-me e o verso preso na aorta
e mas aqui, neste mundo perdido, o que ressalta
não é folgarmos na luta mas que a palavra morta
Seja estropiada e, logo, menos valorizada na luta
que preconizamos todos os dias, de nossas vidas
Ai, contra quem, não sabe o que é uma permuta.
Pois então, que o povo se rebele, e mostre causa
de sua justiça; que todas as palavras são devidas,
sem terem sequer direito a uma merecida pausa.
Jorge Humberto
24/02/08