INSÍDIA
Habita o coração uma agonia amarga
Que vem como punhal insidioso, agudo
Sangrando as emoções, despedaçando tudo
Despenca sobre mim insuportável carga!
Aos olhos falta luz, o desalento embarga
Lamúrias não têm voz, o meu protesto é mudo
Neste silêncio há dor e mesmo assim me iludo
Reminiscências são como uma trilha larga
Sofrido sonhador os pedregais palmilho
Choroso, firo os pés nesta jornada inglória
Amor, buscando a ti, encarno um andarilho
Penoso, aterrador suplício... Sigo, escória
Saudade me conduz e não me desvencilho
Do que me faz lembrar da nossa linda história
Jerson Brito