EMARANHADO DE DESEJOS
Ah, chega uma hora que acaba a linha;
Vamos misturando as bocas, abrindo estradas.
É meia noite, não pergunta qual é a minha.
Estradas são sonhos; por ti não posso parar.
Pra subir faço montanhas e construo lua em ti;
Nem pergunta de onde vem a luz do nosso caminho.
Quantas vezes amamos na confusão do quarto escuro,
Sem querer saber da exatidão da cama arrumada;
Dormi seu sono, sem saber com que sonho acordar.
Nesse emaranhado de desejos, aventuras e medos,
Erramos nossas estradas só pra nos encontrar.
Querer é não te perder, mesmo depois do fim da linha.
José Veríssimo