As horas afastam-se-da margem do rio.
O vento muda a noite e o percurso das ondas nos meus olhos.
Tudo é tão parecido nas linhas do mapa
do mundo!
Com as unhas cor de rosa
leio os Salmos de Davi
e choro.
Naquele tempo, as mulheres
foram expulsas do terceiro
andar dos palácios.
Palavras proibidas no parlatório
as almas gritam na literatura.
Peço desculpas por este poema.
Nem tudo é perfeito,
nem tudo é bonito.
Acabas no meio do verso.
Não faço ideia do tempo
indicando a tua presença
no ritmo que me falta.
Furtaram-me uma Mont Blanc.
Comprei só para escrever-te.
Minha alma segue no espaço
e faz companhia à tinta que
se derrama no papel.
Palavras dançam e se abraçam.
a poesia não morre. São falsas
as notícias da morte do poeta.
Poemas em ondas deslizam nas águas.