Relógios marcam a volta
de um tempo limpo, céu azul
e sol intenso.
Dissolvem-se partículas
do que ainda não fui.
Assisto as óperas de Verdi
encenadas toda hora dentro
e fora dos meus olhos.
Não sangram as tardes de agosto.
Indiferente, o vento não vê o laço
de seda no vestido de domingo.
Sinto o hálito das almas
na umidade dos calendários.
Esqueço insultos
e arrependimentos.
Solenemente, beijo-te.
Liberto tuas asas.
O tempo abençoa
as tuas garras.
Poemas em ondas deslizam nas águas.