Quase me esqueci...
Já envelheci!
O cartão de identidade confirma.
Não sou como algo que escrevi
apenas para completar a rima.
Sou um Ser, tão vivido
quanto esquisito!
Tão esquecido
quanto um errado mito!
Quero ter com quem preocupar-me
e, ainda assim, viver em dó, ré, mi, fá, sol, lá e si
Quero viver e morrer tal como nasci
tendo alguém a amar-me
Quero amar mais do que a uma crença
Quero dizer "amo-te" com o respeito duma oração
Quero agir com alma e coração,
e rejeitar o "correto" com indiferença
Hoje, já não sei o que é o "correto" ou mais "certo..."
o que aprendi de princípios parece não ter valor
mas, sei o que é planear o incerto
partilhar a côdea ou migalha com amor,
O passado não volta...o tempo foi o penhor!
A minha vida deveria começar agora
que compreendo que "um homem também chora"
Chora de saudade, de alegria,...de dor...
Já foi cheia a Lua
o tempo já mingua
resta algum para amar, viver mais que outrora
e, acordar abraçado depois da aurora.
Não sou poeta mas, quem sabe, um dia escreverei
um texto que (pela persistência e sorte) possa ser lido como poema