A chuva era ácida,
Feito a língua daquela menina
Descia devorando o mundo colorido,
A aquarela entorpecida
O céu, melancólico,
Porque o azul não o queria
Se escondia atrás de nuvens cinzas
Cor de cigarro, fumaça de toxina
Muros e paredes,
Devorados pela fome
Foi-se a joventude e o orgulho
Recaiu-lhes a velhice, sob textura vil
Não e o dia de se ter,
O deleite de um lindo amanhecer
E por isso, não pude escolher
Vi minhas cores pelo asfalto escorrer