a lata de conserva é hoje emoldurada
lotada
de compreensão
e se
transtornou
mas não
se
transformou
na claridade
ferida pela atrocidade
da inspiração massacrada
e mediocridade estagnada
e a lata de feijão
se transformou
mas não se transtornou
porque o transtorno hibernou
para o verão de papo para o ar
a navegar
na fragilidade do inverno transitório
irrisório
de lua cheia incompreendida
e quiçá desesperada
pela demora de si própria cheia de alvorada