A vida arranha-me por dentro. Sinto os dentes do ferrugento garfo esmiuçando o meu tilitante cérebro. Lágrimas rubras mancham o meu incrédulo sorriso. Páro para sentir. A dor embala-me nos seus doces braços e peço por mais. Puxo os meus cabelos até sentir a cabeça ganhar volume e dentro de mim tudo ganha novas cores.
Olho o que me rodeia e sinto tudo mais belo que nunca. Apesar da dor e do terror tudo corre segundo plano nenhum. E assim deve continuar. Apenas dependemos do nosso próximo erro para sermos felizes.
Do alto da nossa sagrada pirâmide é tão fácil mandar pedras que os braços acabaram por nos murchar no tronco e hoje parecemos árvores que morerram de pé.
Os gritos dela levam-me onde nunca quis ir...e choro, choro como sempre quis chorar. Sentindo dores que não são minhas esqueço-me de quem fui e torno a nascer.Mais EU que nunca e buscando a próxima boa causa por que morrer.
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.