Como uma folha
percorri todos os cantos
levado pelos ventos incertos,
quente e frio
desertos e grandes florestas
céus e em tocas de baixo da terra,
pedi aos pássaros
que cantassem
pra mim
que os peixes
saltassem para
fora da água
para me divertir,
mandei as abelhas
me servirem mel,
que os leões matassem
o búfalo mais forte
e que as focas e os pinguins
me trouxessem
os melhores peixes,
li os melhores poemas
e contos
Bukowski e Jhon Fante,
ouvi as músicas
que me agradavam
os ouvidos,
mas confesso
tudo sempre
se revela
tão superficial,
ando entediado
apenas repetindo
a coreografia,
não sinto meu próprio
corpo
transbordando solidão
mesmo procurando
me manter acompanhado
na maior parte do tempo,
não vaguei por muito tempo
na linha do tempo,
talvez com o tempo
venha o conformismo
de uma forma mais natural.
Escuto a noite
escuto o choro
das estrelas,
desabafo com ratos
e demônios,
vomito sonhos e vontades
desnutrido e apático
uma roleta russa de sentimentos
pensando sobre como tudo
poderia ter sido ou ser
ou como vai ser.
Mais textos
Rss do autor
Estatísticas
Enviar
Imprimir
Criar um pdf
