Anoiteceu em frio,
O despertar da ilusão foi sombrio
Teu olhar se perdeu, e teu sorriso escureceu
Como um universo sem luz, da cor do vazio
Cinzas, do que um dia chamei amor
Perturbaram a minha paz
Talvez porque meus olhos buscavam o erro
Do prazer da enganação, e foi então
Que ressoou a recordação
Dos tempos em que atuávamos como metade metade
Mas, não há carrasco
A culpa é do moderno fiasco
De ter tudo aparentemente fácil e insistir
Que o caminho mais solitário
É o mais divertido e o mais garantido
É a moda do ser descartável
Novos tempos, novos problemas
Talvez, eu já soubesse
Que me trocaria por taças de vodka,
Falsas promessas de paixões, sucesso e
Liberdade passageira, que termina no dia seguinte
Na ressaca e na dor de cabeça
Pode ser que talvez
O devaneio tenha sido todo meu
Julgando a realidade segundo o que eu queria
Sendo assim, uma fantasia só minha
Deveras, tão somente significa
Que ainda não renasci das cinzas