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Margô_T | Publicado: 28/05/2020 09:26 Atualizado: 28/05/2020 09:26 |
Da casa!
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Re: A casa cheia de ti
O quarto, a cozinha, a sala, a varanda… toda a casa tão cheia de lembranças.
Curiosa esta divisão do poema pelas divisões da casa – cada estrofe mapeando um lugar diferente. Gosto deste encadear dos versos que vai englobando os diferentes sentidos: “Cheiro ameno e carmesim”, “A tua pele - refúgio terno”,” Luz morna suave e breve”, “Fragrância de mar aberto”, “Suco morno em pele macia”. E, também, de alguns versos soltos onde o desejo e a saudade se revelam. Ora através da entrega e do desejo em desabrochar: “Entrega de firmamento,” “Em desejo feito flor” Ora desenhando um desejo mais decisivo: “Sofá gasto – de prazeres inadiáveis - que nos acolhe e convida,” Ora através do jogo de presença e fuga, onde todo o desejo se sustenta: “E encontro-me nos teus olhos - Furtivos e tão presentes” Ora pelo significado que essa entrega e esse desejo podem trazer: “Ninho, chão, Terra e semente.” o lugar a que se volta (“Ninho”), o lugar que nos sustenta (“chão”), o lugar onde pertencemos (“Terra”), o lugar onde nos projectamos (“semente”). Um poema-casa cheio de ti. |