Poemas : 

A Última Morada

 
Ceifada a raíz do último lírio
Balsâmico eflúvio o corpo expele
Deixando o desejo após o delírio
Em ósculo veludoso na pele.

Eu bebo o meu choro e, louco, sorrio.
Detrás da colina avisto a Cibele
Que faz prateada a água do rio
De lágrimas que uma lápide impele.

Repousa, querida. Velo-te, amada.
Está findo o sol da vida em teu templo.
O Tempo não mais escorre p'ra ti.

Assim lamento-te e te contemplo
(Vendo a tua tez pálida eu não cri)
Repousando na... última morada.






Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
atizviegas68
Publicado: 31/07/2017 20:22  Atualizado: 31/07/2017 20:25
Usuário desde: 09/08/2014
Localidade: Açores
Mensagens: 1538
 Re: A Última Morada
"Eu bebo o meu choro e, louco, sorrio." neste verso senti todo o poema e o título.
Belos versos. Triste e tristura. O ciclo da vida que "Cibele" simboliza. Gostei de ler. Obrigada.

Um abraço em onda


Enviado por Tópico
Upanhaca
Publicado: 31/07/2017 20:29  Atualizado: 31/07/2017 20:29
Usuário desde: 21/01/2015
Localidade: Lisboa/loures
Mensagens: 8483
 Re: A Última Morada
Versou a morte com o coração nas mãos, tanta emoção que
faz verter lágrimas a qualquer leitor que aqui passar.

Abraço!
upanhaca


Enviado por Tópico
OlíviaClaraPena
Publicado: 31/07/2017 23:25  Atualizado: 31/07/2017 23:25
Participativo
Usuário desde: 22/06/2017
Localidade:
Mensagens: 11
 Re: A Última Morada
Lindo e triste...Cheio de sentimento.

Gostei muito.


Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 01/08/2017 02:32  Atualizado: 01/08/2017 02:32
Membro de honra
Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
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 Re: A Última Morada/ PARA GYL
Amado Gyl, transponho para cá o comentário que fiz lá no Sarau...

Uma poesia que, talvez, seja um des-velar, o instante supremo entre o descorporificar ou corporificar a que chamamos vida e morte. Talvez Cibele a Deusa da morte e da fertilidade, pudesse explicar melhor o que é que se desfaz no ar , e depois se refaz noutro ponto, sem fenecer. O que é o que se contempla e se sente depois da última morada!

Lindo demais Gyl... Uma poesia que clarifica o sentimento de morte, porque essa farsante denominada "morte" não tem o poder de matar a vida, porque a vida é imorredora, imortal.

Beijos doces!



Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/08/2017 18:43  Atualizado: 07/08/2017 18:43
 Re: A Última Morada
Quando um coração faz dos olhos sua verdadeira morada, exalando o verdadeiro amor