Prosas Poéticas : 

Não vou

 
Acabei de jurar que não ia cantarolar nas férias.

É sempre a mesma roupagem que se insurge contra as marés, talvez esteja a tempo de sorrir e pedir bis.
Se não der certo, acabo de olhos em bico a comer uma caracolada com sabor a mentira.
É bem feito que se entorne o caldo, assim a esperança não é a ultima a morrer.
Depois, fecho os olhos e suspiro a caminho das estrelas, mas elas parecem cada vez mais longe.

E depois que fazemos com aquilo? Que fazemos com a morte da perua?

Os anos passam velozes e a pele ressente-se com as cinzas a crepitar na lareira.
Não vou mesmo suspirar de alívio, nem de tédio, vou deixar passar mais essa e jogar no euromilhões.


Carolina

 
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Carolina
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