Poemas : 

Devaneio do Inverno

 
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Ao fragor juvenil da primavera
Nascente flor indulta o inverno findo
Que agonizante ao leito em fria espera
Entrega-lhe o “cetro rei” assim pedindo:

-Vem ave errante em migratório vôo
Vem colorir enfim meu desatino
No reboar-te à porta em vento atrôo
Depositando em tuas asas meu destino

-À dobra do tempo lança-me afora
Pro róseo delírio d’um desfazer ungido
Em seiva e grapa de cereja e amora
Aquecendo-me o sono em jardim florido

-Arranca da nobreza vossa o vinho
E o jorre das douras taças de teu colo
No ressequido regaço já tão daninho
Desse gélido agonizar de infindo solo!


 
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Manito
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