Os dias entrelaçam-se no peito
A dor atroz consome sem jeito
Um último olhar sobre seu leito
A noite caiu calada e traiçoeira
A moldar sombras por brincadeira
Uma após outra como a primeira
As sementes que atiradas à terra
São agora uma lápide que descerra
Este chão de homens em guerra
Crescem trepadeiras nas carcaças
E apodrecem nas mãos escassas
Das outras mulheres devassas
O querer ser é sem poder querer
A alma perdida por não mais ter
Tanto tempo que tem para viver
A palavra seca em lábios crentes
Que sussurram diálogos indecentes
Entre esses vendedores de gentes
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma