Prosas Poéticas : 

VINTE E TRÊS DE JULHO

 
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VINTE E SETE DE JULHO

Antes do sol nascer,
-- tal-qual Anchieta em Iperoig --
um longo poema na areia da praia
eu escrevi por escrever.

Talvez Deus visse e gostasse
de novos louvores à virtude de Sua Mãe.

Talvez me distraísse refundando uma tradição literária,
no Novo Mundo.

Talvez estivesse cansado de guerras, trabalhos, viagens...
E essas coisas mundanas
com que se cansam os homens
d'aquem-mar e d'além-mar.

Talvez...

O facto é que escrevia
enquanto o horizonte estava pálido
e as ondas quebravam nos costões.

Nossa Senhora, dadivosa,
Cujas mãos liberais sempre franqueando as graças que
o Pai, o Filho mais o Espírito Santo,
via de regra, têm negado aos homens de boa vontade...

Sim, por suposto:

A saúde do corpo e d'alma...
O bom-sussesso das armas contra os maus...
A verdade útil de nossas artes e ofícios.

Enfim, vida. Vida em abundância!...

Minha Nossa Senhora!
Aceita-me os versos escritos na areia
e m'os imprime no coração dos homens.
Para que, à maneira de Anchieta,
continuemos a poetar n'estas terras de Santa Cruz.

Amém nós todos...

Ubatuba - 23 07 2017


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
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RicardoC
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