Quando tuas mãos são caudais escaldantes
que, ao passarem p’lo rio do meu corpo
tornam-se loucos poros viajantes
p’la pele do meu prazer e conforto…
Tua boca é vulcão de doce néctar
e os teus túrgidos seios como lava,
deixam-me o peito em fogo a crepitar,
clímax dos nossos beijos em brasa!
Em crescente excitação sem tempo,
sobre o leito do inquieto desejo
dois corpos rolam em ais de arquejo…
Naquela luta sem dor nem lamento
venceu o efémero prazer da paixão,
findo o fogo da lava e do vulcão.
José Carlos Moutinho