Crónicas : 

Che Ira Má Zedo

 
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Na tentativa de crónica, sou diferente.
Outro.
Já me disseram que tenho um lado reactivo que me tira alguma qualidade (presunçoso a esta hora?). Mas que gosto de explorar. E gosto de assistir à reacção do outro, neste caso, o meu respeitável leitor, como vossa mercê, que agora me lê.
Descrição:

É um rapazinho de vinte e sete anos (não sabe escrever algarismos muito bem), duma terra chamada Rapadoira. Nordeste lusitano, Alto Douro vinhateiro, a dez km de Alijó e a catorze da Porca de Murça.
Em pleno planalto transmontano, o sotaque é outro. Os bb pelos bb são trocados, e usam o carai (regionalismo de caralho), como ponto final de cada frase.
De temperamento difícil, tem sempre razão e resposta. Para tudo.
Tem tendência para falar sozinho.
É estudante de fenómenos estúpidos e, como distracção, faz caminhadas e limpa as matas de caruma e pinhas.
Volta e meia, umas giestas vão com os porcos.

Nasceu no inverno. Fevereiro é um mês difícil. Sobretudo o vinte e nove.
Só comemora no bissexto.
O seu nome diz outro tudo: Che, em honra do revolucionário; Ira, já que ambos os progenitores são truculentos por natureza; Má, da parte da mãe, com quem discute muito; e Zedo, da parte do pai, com quem tem pouco em comum.

O resto, é para irem conhecendo.
Adora discutir gostos (já agora, tudo o resto), odeia fogo (faz-lhe lembrar o paraíso), ao contrário de mim que sou ateu, é pagão e politeísta.

Pior:
Adora ser provocado...
É heterossexual, mas sabe que essas coisas só têm interesse por acaso. Amor é amor.
Embora brinque muito com essa palavra, secretamente, procura o sentimento.
Peixes de signo.
Isso diz tudo.
Descobriu recente mente que sabe ler. Anda por um sítio que o deixam dar pareceres. Fiel a si mesmo, é mau como as cobras, mas só sabe fazê-lo em sonetos alexandrinos, com rima emparelhada. Ou cruzada, mais raramente.
Adoraria responder a todos os comentários que fazem às suas crónicas, com um "obrigado mas ninguém lhe perguntou nada! Já agora, eu não escrevi que preferia que não me lessem?", mas eu não deixo.

Nota: cheiramázedo estará sempre identificado.
No tag.
Após cronicar.



Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

Tenham paciência com a bestinha. Porque eu estou farto.
Já o meti fora de casa, e que vá mas é para a terra dele!
 
Autor
Rogério Beça
 
Texto
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Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 17/07/2017 16:34  Atualizado: 17/07/2017 16:34
Usuário desde: 07/08/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 16148
 Re: che Ira Má Zedo
Seja bem vindo, Che ira. Porém muito cuidado para não se perder entre tantos semelhantes. Passar bem!

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/08/2017 07:05  Atualizado: 04/08/2017 07:05
 Re: che Ira Má Zedo
“Xé menino, não fala política,
não fala política, não fala política”.
("Velha Chica", de Waldemar Bastos)