Sonetos : 

O OLHO DO COMPUTADOR

 

Já não se ouve uma boa música
livros não lêem, nem se discute
uma noticia tomada por pudica
eis quem venha aqui, perscrute

O que vai mal, nesta vida lúdica
que, saia à rua, o povo ausculte
perceba aí, o porque, da rústica
indiferença, que a todos, incute

O teatro morre, fenece, isolado
e, os actores, pedincham, labor
algo, onde o seu dom, alienado

Possa, de novo ressurgir activo
Porém hoje, todo computador
faz tudo, roubando o atractivo

Jorge Humberto
16/03/08


 
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jorgehumberto
 
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Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 17/03/2008 13:43  Atualizado: 17/03/2008 13:43
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1976
 Re: O OLHO DO COMPUTADOR
Se de um lado o computador traz muita informação, pelo outro está isolando os adolescentes do mundo, ninguém mais lê um livro, os trabalhos da escola são todos colados do computador. As crianças não jogam bola, não anda mais de carrinhos de rolamento, não brincam mais de peteca. Eu acho isto muito triste e desolador.
Muito bem escrito este soneto é a realidade.

Enviado por Tópico
SOB_VERSIVA
Publicado: 17/03/2008 13:55  Atualizado: 17/03/2008 13:55
Super Participativo
Usuário desde: 01/02/2008
Localidade:
Mensagens: 107
 Re: O OLHO DO COMPUTADOR
Poeta Jorge Humberto:
Permita-me umas breves linhas sobre este seu soneto.
Está métricamente bem conseguido,bem estruturado.
Mas o que me tocou, e bastante, foi a mensagem transmitida!
Subscrevo em absoluto com o conteúdo aqui presente.Nem vou dizer que "concordo", pois isso seria um acto de expressão de opinião, quando o que aqui diz, já nem sequer é uma "opinião", mas sim uma (triste)"constatação" !
É verdade, ostracizou-se o prazer da leitura, na forma sensitiva de pegar, folhear, um livro, quase como uma extensão do nosso braço, na sua autonomia de o ler em qualquer espaço ou tempo...
E isso é tão óbvio, quanto muitos dos poetas que aqui estão não se satisfazem ( e bem o fazem), em ter os seus poemas cibernéticamente postados...querem tê-los em LIVRO!
O mesmo, com as devidas diferenças, digo do Teatro...prescinde-se da íntima cúmplicidade de ver uma peça de teatro, na proximidade do actor e da sua humanidade, pois não há margem para "cortes", nem retoques finais...o prazer de semos "mimados"(passe o preço da entrada, pois bem vale o dinheiro, para quem o pode, ainda que seja de quando em vez) com representações ao vivo, e não televisionadas, ou "avatarizadas" , passe o neologismo !
Gostei muito da sua "atenção" ao mundo de hoje!
Um abraço!

Ana C./SOB_VERSIVA