Meu apaixonado Freud,
cavaleiro solitário impondo a sua espada aos céus como sinal de revolta, assim te vi ontem enquanto adormeceste agarrado a nada, desta vez bastou-te apenas a Antena 3 para que adormecesses a meu lado.
Sinto-me comida estragada, já ninguém me pega. O meu honrado amado Al há muito tempo que nada me diz, sua excelência meu apaixonado adormece sempre que a minha vontade voa mais alto. Agora?
Agora deixo-me invadir pelo reino dos sonhos e sonho contigo, se não fosses tão preguiçoso talvez conseguisses vir até aos meus sonhos mas não mexes uma palha para aqui chegar. O palheiro é teu! Todo teu! Dos burros não se esperava outra coisa. Não que te estejas a chamar burro, longe disso, mas de burro tu tens muito, como é possível deixar-se uma dama como eu despojada de roupas a contar carneiros para adormecer?
A doce imagem de cavaleiro solitário não durou mais de sete segundos, primeiro porque nem tens força nos braços para me segurar como terias para segurar uma espada e segundo porque adormeceste ali mesmo, olhando o céu.
P.S. Não creio que o Al me vá perdoar esta carta mas uma dama sozinha sente-se perdida.
a tua sempre apaixonada...
Margarete
. façam de conta que eu não estive cá .