Perdoa - me por ver cores num céu cinzento
Por ter acreditado que era para sempre
Por neste preciso momento,
Ainda viver o teu passado no meu presente
Desculpa por ter acreditado em tudo o que me disseste
A minha carência pelo teu afeto me iludiu
Mas muito mais tu me deste
Do que o que o meu amor te pediu
Mas porquê eu? Porquê agora?
Deixei - te entrar na minha vida
Para que te fosses embora
Sem sequer uma palavra de despedida
Eu pergunto - me neste momento
O que é que é feito de ti
Será que pensas em mim, será que foi só um tempo,
Ou mesmo um amor ou uma vida que eu perdi
Sabes é que me sinto tão frio
Que já nem sinto empatia
Já nem sei qual a cara que eu fazia
Para dar um simples sorriso
Como aqueles que eu dava naqueles dias
Passo os dias em piloto automático
A espera que o dia chegue ao fim
Para que me deite na minha cama assim estático
Lembrando - me todos os dias tudo o que tu destruis - te em mim
É que acério quando me olho no espelho
Nem reconheço quem lá eu vejo
Sinto - me tão cansado, sem vontade, tão velho
Desde o começo do nosso primeiro até ao nosso último beijo
Como é que foste capaz de ter revoltado
Tudo o que fazia de mim eu
Hoje em dia dizem que estou melhor que estou mudado
Mas não sinto que nada disto seja verdadeiro ou que seja meu
Não tenho interesse em nada,
E à muito que assim tem sido
Desde o dia em que a minha amada
A única coisa que me deixou foi um coração partido.
Nuno Gonçalves