Pirita
Frente a luz do holofote que exalta,
Coroando o fracasso da estréia,
Hoje desço tropeçando da ribalta
E me oculto na penumbra da platéia.
Ofuscado entre tantos exilados,
Pela sorte que baniu e não faz plano,
Entre olhares, com o tombo, saciados,
Ouço risos orquestrando o desengano.
Quando o "branco" deixa escuro o ensaio,
E o improviso se esconde na neblina,
Não adianta ao ator fingir desmaio,
Nem tentar sumir por trás dessa cortina.
Vem a vida, rasga o pano por revolta,
Irritada com a plágio da tal arte,
Reescreve o roteiro sem dar volta,
Pondo bem a cada canto a sua parte.
Separando fantasia e realidade,
Num desfecho surpreendendo o artista
Que tentou unir um sonho à vaidade,
E o "ouro" foi a cara do alquimista.
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(Outra forma)
Alquimia...
(O)uço
(U)ltrajantes
(R)isos...
(O)rquestrado
(D)esengano
(E)pílogo!
(T)iranos
(O)lhares
(L)ogram
(O)
(M)omento
(E)
(F)amintos
(I)gnoram
(Z)onzos
(P)ermaneceram
(O)fuscados.
(R)idicularizado,
(D)esço
(A)
(R)ibalta
(T)ropeçando...
(R)efletores
(E)xaltando
(L)uz
(A)pagada!
(À)
(V)aidade,
(A)cenam
(I)lusões
(D)ouradas
(A)pontando
(D)esmedidos
(E)nganos!
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(Mais um pouquinho)
Não havia nenhuma mão na queda,
Só olhares e os risos
No prazer de ver o tombo.
E eram dentes escancarados,
Antes tristes, ofuscados
Na penumbra da platéia.
Mas agora ensandecidos,
Pondo línguas pelos lábios
Bem felizes...
Saciados.
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