chego ao encontro dos mares.
das ardências nada falo.
calo-me na boca dos amantes
adormecidos nos meus braços.
embriagaram-se? não percebi.
sinto-me nas águas
límpidas. beijo os pés
do ser amado.
vejo o vento soprar altares.
salva-me Deus do impulso
de ser perfeito nos olhares.
vento e nuvens
lavram pedras.
no sol na chuva
guardo estrelas.
busco nos romances
personagens que sabem
dos meus erros.
no casulo onde me escolheu
despiu-se como Zeus no mar
aberto.
este poema não será o último.
talvez escreva para celebrar
os dias sem medo.
no leito
ouço histórias
ilusórias.
ecoam nos muros
perdem-se no ritmo
do poema largo.
no espelho sufoco suspiros...
aqueço-me. esqueço fadigas.
nas fábulas recolho os frutos
nos lábios do moço alucinado.
foi rei e rainha
de antigos espaços
onde assassinaram
a arte de amar.
Poemas em ondas deslizam nas águas.