Finjo o espaço entre os blocos frios de cimento
Marcas de um futuro erguidas aos céus do progresso
Confinados seres que se ignoram no elevador do tempo
Dias concretos, esmagados por um incerto processo
Culpada é a obra do artista esquecido no andaime
Inocente era a pedra bruta antes de ser esculpida
Finjo o espaço entre os desvios à natureza perdida
Desvios verticais em folhas de projecto sequenciais
Virá o futuro em noites sem dias na hora do sono
Reclamar o espaço que finjo entre os blocos de cimento
E tudo nascerá novo, de novo em tons de cinzento
Culpada, é a obra do artista, esquecido no andaime
Inocente, era a pedra bruta, antes de ser esculpida
Culpada é a obra do artista esquecido no andaime
Inocente era a pedra bruta antes de ser esculpida
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.