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Tuberculose -VI

 
XXVI
Uma criança faz birra na porta da escola não quer entrar e chora, procurando o apoio da mãe. Resumo do livro: O pai escreve um livro e nele conta a historia da filosofia atravês de dois personagens para dar de presente a filha que tem a mesma idade e alguns jeitos da personagem. O meu primeiro dia no Jardim de Infância, também não foi dos melhores, passei a tarde toda chorando e esperando a minha mais velha Gracinha me buscar. Larissa é muito curiosa, tudo quer saber ou participar, não pode ouvir qualquer historia que pergunta: -"O que foi?
Começando a manhã, depois do banho, o café com uma colher meada de leite e um pãozinho francês com margarina e lógico a releitura de "Crime e Castigo" - cada frase uma descoberta desse gênio universal que soube descrever com detalhes os sofrimentos dos menos favorecidos, nos sórdidos cômodos dos prédios asfixiantes de Petersburgo. O atropelamento do funcionário alcoólatra, o drama da companheira tisica, a pobreza, a lavagem noturna.
Não me sentia muito bem apesar de não ter cansado muito na caminhada, mas agora sentado no corredor, uma falta de ar me confrange, os murmúrios vindo de todo o corredor, o vai e vem dos funcionários, das medicas, do choro de um bebê agoniado no colo da mãe. Li mais algumas paginas do saboroso romance - nada adiantou, com a graça e a bença de Deus fiz o meu primeiro jogo na Quina. Agora posso sonhar com vontade, além dos cheques imaginários que nunca chegam, alimentavam avidamente os meus sonhos, enquanto reflito sobre o momento critico que vivo. Passei mecanicamente mão na testa, gotículas de suor porejavam sutilmente, avista turva encurtava a minha visão periférica. Na lotérica, enfrentei uma pequena fila e não demorei muito para ser atendido. Não quero muito, apenas um dinheiro que desse para comprar meus livros e ajudara cunhada nas pesadas despesas da casa. O intestino fervilhava, uma vontade de peidar, mas tranco-me. Seria incoerente de minha parte, não há espaço. Pensei na prosa de Dostoievski e de Proust. Fazia um bom tempo que não relia o ultimo. Uma loura alta, de cabelos compridos, com o rosto alquebrado pelo tempo, com um acerta beleza, de jaleco branco que cobria até os joelhos da calça jeans e uma prancheta nas mãos andava de um lado para o outro, é mais uma funcionaria que menospreza os que não são do seu meio, apenas soma falsamente, mostrando um pouco de sua falsa simpatia
.do livro "Tuberculose" a venda no Clube de Autores.com.br

 
Autor
r.n.rodrigues
 
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