Vem a Felicidade num fim de tarde
Despontando em sanguíneo horizonte
Com suas asas de majestosas envergaduras
Trazendo no dossel do seu dorso, a cura
Para todas as tuas angústias e males...
O que era um ponto pequeno e luzidio
Pouco a pouco vai aumentando, aumentando...
É a tua Felicidade que está quase chegando
Como um sobrinho chega na casa de um tio
Que o tempo separou por dezenas de anos...
Os teus olhos tristonhos, redondos e jaspe
Se enchem e trasbordam de tamanha alegria
Que os meus pequenos, covardes e castanhos,
Com as reminiscências do amor de antanho,
Esvaí-se juntamente com a queda da tarde...
E vem em voo perfeito nossa alvacenta ave
Para em teu ser fazer morada e seguro pouso
De uma forma silenciosa, branda e mui suave,
Sem alarde. Mas eis que algo me fere e me mata:
Quando de ti se aproxima, mais de mim... Se afasta.
Gyl Ferrys