Luso-Poemas
 
Poemas : 

mona errante

 
Tags:  vida  
 
mona errante
 
mona errante

quisera ser vagabunda
andar nas madrugadas
pelas ruas pouco iluminadas
do Recife Antigo

copo de cachaça na mão
pão com manteiga na outra
conversar com alguém imaginário
rir de nossas conversas

parar no meio da avenida
gritar vários palavrões
sentar na calçada
e cantar

até que a dor nas pernas
cesse
e do torpor dos sentidos
se aticem com o vento
gélido da noite

uma vagabunda sem hora
de respeito, em prol da liberdade
de expressão
lutando pelo sentido da vida

uma vagabunda sem preconceitos
que venham os críticos
os cínicos
os políticos
os palhaços
os patifes
todos merecem o papo da
mona errante
com sua língua solta
livre, leve e solta ativa
dobrando gargalhadas
no gargalo

olhos acesos
com o fogo alcoólico
face suada, rosada, serena ...
já se despedindo da farra
para tomar lugar no seu vazio
reservado fora do imóvel.


16.09.2009

Nasci quando o dia começou, e tudo me era ensolarado ...

 
Autor
Ana_She
Autor
Textos deste autorMais textos
Rss do autorRss do autor
EstatísticasEstatísticas
 
Texto
Data
Leituras
692
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
Enviar este texto a um amigoEnviar
Imprimir este textoImprimir
Salvar este texto como PDFCriar um pdf
27 pontos
11
4
1
Recentes
Medo
Agora é hora de dormir
Parceria
Mel-me-quer
Parede
Aleatórios
Um pouco mais de ilusão
A mulher da sombrinha verde-clara
Lugar Favorito
... zzzzzzzz ...
Despertar
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Juanito
Publicado: 27/06/2017 07:11  Atualizado: 27/06/2017 07:11
Colaborador
Usuário desde: 26/12/2016
Localidade: España
Mensagens: 3097
 Re: mona errante
Muito bom, estimada amiga!!!

Achei no seu poema um canto à liberdade.

Meus parabéns!!!

Um abraço.

____________________

Doce exalação da cachaça
Que perfuma o ar desta sala!
Depois do gole aperitivo
O ardor enérgico se infiltra
Pelas veias do homem cansado.
Não és para as bocas medrosas,
Cachaça do povo humilde
— Perdição e ventura do povo humilde!

(Ribeiro Couto)


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/06/2017 12:16  Atualizado: 27/06/2017 12:16
 Re: mona errante
"Ja se despedindo da farra..."

Legal, se fechar meus olhos acho que não será difícil vislumbrar a figura com passos trôpegos, se esgueirando pelas ruas, desafiando as convenções, as ideias pré concebidas, os humores, a sociedade discriminatória,a falsidade dos julgamentos, buscando do seu jeito, a sua maneira sair da farra e buscar um canto para se desmanchar, bem ao estilo Rebordosa (do Angeli).

Parabéns pela composição


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/06/2017 23:15  Atualizado: 27/06/2017 23:15
 Re: mona errante
Muito bom parabéns

Bj Holmes


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/06/2017 12:35  Atualizado: 28/06/2017 22:52
 Re: mona errante
São os olhos que se fazem quando o extres vem de encontro com a dor, ela alivia momentos fazendo nos esquecer os instantes de amargura.

Você si foi, me deixou me abandonou, vivo a chorar, pelo seu amor, pelo seu amar.

Estou numa solidão que grita o meu coração, essa amargura ingrata que me mata

Uma desilusão mora dentro do meu coração, vivo nos ares, nas madrugadas ando pelos bares

Uma insana dor em mim contida, estou a beber, a cachaça é a minha fiel amiga, não sei mais do meu ser, bebo para te esquecer


Ainda te amo, nunca irei te esquecer, aquele beijaãopara você, linda poetisa

martisns


Enviado por Tópico
COLETIVO
Publicado: 30/06/2017 06:32  Atualizado: 30/06/2017 06:33
Da casa!
Usuário desde: 27/05/2016
Localidade:
Mensagens: 226
 Re: mona errante
Lembra-me como um desgraçado.


Agressivo , incurável e maldito.


Intenso possível , nas grades do tempo e chamando todos nomes e inverdades.


Que são ,


E eu sou.




Vazio...




Abraço ,



Colectivo

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 30/06/2017 06:42  Atualizado: 30/06/2017 06:42
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: mona errante
Possivelmente o teu melhor poema que já li por aqui.
Os romanos diziam no seu latim: in vino veritas.
No alcoól está a verdade. Porque o filtro cai, a língua como bem disseste, solta-se.

Incómodo algo como a verdade.

Obrigado e mais destes!

bj

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/07/2017 14:13  Atualizado: 01/07/2017 14:13
 Re: mona errante
...Ana querida que exagero de grandeza. Tanta força, tanta beleza e cumplicidade com a dor exata do poema. Não somos afinal? parabéns.

Links patrocinados

Páginas em

Páginas sobre