Somos detalhes de retalhos,
trapos que atropela,
a linha que nos coze a vida,
em voz que apela
Fomos feitos acreditar,
em sobremesa na vida,
numa taça vazia,
onde a fruta foi perdida
Somos os rebentos,
que extermina a angústia,
somos as folhas,
que absorve a empatia
A luz que brilha em nós,
é um dom da fé e esperança,
a escuridão que nos habita,
é a real comunhão,
em que poucos a alcança
Como fogo encontrado pelo homem,
nós procuramos no destino que nos arde,
a razão para viver,
a nossa verdadeira realidade
Ensinado fomos a cometer cultos,
acreditar no céu e inferno,
e nesta crença o povo vai,
nas quatro estações,
desde da primavera ao inverno
O medo foi nos aparado na alma,
e nossas lágrimas são derramadas,
sobre o véu do nosso espírito,
parindo um sorriso,
junto com uma música que acalma
Penso por mim medito para mim,
se a morte nos liberta ao paraíso,
se na terra cria se o inferno,
no primeiro instante do primeiro deslizo.
Hugo Dias 'Marduk'