Sonetos : 

SUBPROLETARIO

 
Tags:  SONETOS 2017  
 
SUBPROLETÁRIO

Enquanto uns poucos tinham quase tudo,
Quase todos tinham quase nada.
Mas todos n'essa terra desolada
Muito sós... Do miúdo ao mais graúdo!

Muita miséria aqui o sobretudo
Esconde-me jornada após jornada...
E em meio os que na rua têm morada
Vejo um povo fechado e carrancudo.

A vista da cidade era d'extremos:
A carência e a opulência desmedidas
Em público espetáculo vividas.

É tudo para todos que queremos.
A riqueza se faz do que não temos
E, ao fim, se faz de nossas próprias vidas.

São Paulo - 17 06 2017


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
Autor
 
Texto
Data
Leituras
594
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 24/06/2017 05:02  Atualizado: 24/06/2017 05:03
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: SUBPROLETARIO
Gosto sobretudo do último terceto. Traz uma moral cruel, sensata e experiente.
O soneto, todo ele, está muito correcto.
Poema social negro, sem ironia.
Pois há coisas com que não se brinca, ou se deve brincar.

Abraço