A vida é uma viagem
Um retorno sem imagem
Nos espelhos do destino,
É um grito sem amarras
Um poema sem palavras
Que vivemos no caminho.
O que trago ou não trago
O que canto e dou ao fado
Só eu sei o quanto dói,
Ver nos olhos de toda a gente
O silêncio de quem sente
O quanto a vida nos destrói.
Visto noites e cansaços
No meu corpo, nos teus braços
Na distância, o teu olhar,
Roda a roda do destino
Acendo velas no caminho
Numa pressa de te amar.
Só há Fado e solidão
Esta dor e um coração
Nos meus olhos a bailar,
E no céu da minha noite
Já nem há onde me acoite
Tanta estrela sem brilhar.
Ricardo Maria Louro