Sorrateira deixa-me a sombra
Escanzelada, cansada, nua
Que esvazia no tempo morto
Esgueira-se pela penumbra
Numa passada só sua
Sem destino ou porto
O nevoeiro cai despido no chão
Silente de ar descompassado
Numa espiral distorcida
Elegante o som do trovão
Que de sorriso envergonhado
Se perdeu entre morte e vida
No desfiar triste deste pranto
Amordaçado por raios de sol
Espalhados pelo mar sem sal
Ruma sem rumo num encanto
Como essa luz vadia de farol
Pintada num mundo sem igual
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma