a penumbra do quarto
leva-me a atravessar
desertos na alma.
A casa sem palavras
e a rouquidão após
o grito,
eis o mundo
e seus ciclos
místicos.
giram os móveis,
os discos antigos,
os panos de prato.
vagarosos, poemas
nascem na janela.
O vento abre portas.
Voam as folhas secas
no quintal.
Há silêncio na rua.
Ouço teus passos.
O sol ilumina
a casa inteira.
Poemas em ondas deslizam nas águas.