Doce inocência
Sábio é o ignorante
Que vê na vida a sua essência,
Sem consciência da miséria
Que não alcança a doce inocência.
Abstraido de todo o mal
Vive a própria felicidade
Sem noção de todo o bolor
Que alcança a humanidade.
Pudesse eu desconhecer
Todo o mal que nos tormenta
Ser ignorante tal o sábio
E disfrutar da doce inocência.
Nesta obra, o sujeito poético contrasta a tristeza sentida por si mesmo, que coloca às mãos de todo o conhecimento que tem do mundo, com a felicidade de um sujeito ignorante, que "vive do que a terra lhe dá". Imagina, por isso, que se não fosse tão culto, poderia ignorar todo o mal do mundo e alcançar a felicidade. Vê, assim, o conhecimento como um fardo.