VERSOS PERDIDOS AMOROSOS
(Davys Sousa)
Que Amor é este que vos denominastes?
Que Amor é este que viaja com as estações,
E em um instante, fica isolado na sombra
De si mesmo!? A que chamastes de Amor,
Senão foi pura ilusão de vossa própria solidão?
Chamastes isto de Amor,
Senão uma pura covardia de caminhar sozinho
Entre sendas ermas de vossa existência?
Patéticos, vós, que vivestes com tal egoísmo!
O Amor não pode ser meramente a sobrevivência
Sobre e vossa insegurança de não poder ter uma mão estendida,
De olhares calados e desentendidos que não se encontram,
Ele não é simplesmente uma máscara
Para cobrir todas as marcas deixadas,
Para um espaço vazio que cativastes,
Pois vós sois como um buraco negro.
O Amor não é um tesouro para ser exposto como um troféu,
Senão uma parte de vós guardada no mais íntimo e profundo
Para que não seja cobiçado ou maculado...
O Amor não se busca...
Ele se manifesta espontaneamente
Quando seus âmagos separados,
Eles se encontram em corpo e mente.
Amor!? Suavemente doce embriaguez do ser,
Desejo sedento dos amantes e falsos amantes,
Onde sois consumidos por sua magnitude
Cuja qual despistes a fim de vos conhecer...
Mas o Amor tem uma forma truculenta,
Quando este é subjugado por má fé e ingratidão.
Que Amor é este? Que só com algumas palavras,
Acaba seu encanto e se perde em meio a solidão
De dois amantes que, agora, passam a inexistir...
Amor, que Amor é este que, às vezes,
É maior que o tempo e do que a vida,
Mas em uma lida amorosa torna-se ínfimo
E se esconde em um drama íntimo?
E que antes se fazia em sorrisos e beijos,
Depois se faz em chuvas nos olhos
E desconfianças, sombras ocultas
E incompreensões... entre beijos,
Há Amor sem esperança...
Embora sentísseis o carinho de outro alguém,
Embora sentísseis algo brotando no interior,
Embora sentísseis diferentes do que éreis antes,
Sempre há dúvidas dentro de vós,
Seria, poderia ser Amor, senão só amor
Ou uma paixão intensa do amor...
Há Amor que não se completa,
Porque não vivem, os amantes
Nem cativos e nem leais,
Nem recíprocos e nem praticantes
Da verdadeira arte de viver
Intensamente as sendas complicadas
Do verdadeiro Amor...
Davys Sousa
(Caine)