O ninho que tua penugem afagou
É o mesmo em que exploraste a liberdade.
Lançado aos ventos e aos meridianos
Enfeitou-te cá os panos e os anos na idade.
E recordaste pelas cidades em voo plano
As leves penas que o ninho lá aprisionou.
Entregaste-te em lhano ato ao justo
E ao injusto imaginaste poder vencer.
Viste e ouviste acordes róseos dia após dia
Em silencio como o faz a floresta a crescer.
Igualmente ouviste o atro ruído da árvore que caia
De engano em engano, passivo e sem susto.
A livre escolha do probo à ignominia
Do lícito, do belo, do permitido ou não
Avulta-te da liberdade a falsa sensação.
Venceste o sano e o insano como podias,
Então vergado e cativo expuseste o coração
E da liberdade do amar conheceste a mais-valia.