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Apodrecer

 
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Apodrecer

Recebi do mundo um convite
de criar as cores da aurora
nasce o sol como uma dinamite
que explode em luzes sonoras.

Quando o vento assopra a praga
e proveem estes surdos lamentos
quando o sangue escorre da adaga
que escondido em tal sentimento
é na carne que floresce a chaga.

Nos espasmos do meu mundo escuro
colori-los será o meu intento
rogo a Deus sob a forma de prece
que caçador se transforme em caça
louco o mundo como se ele soubesse
que toda a graça é simples fumaça.

Estou perdido nesta insanidade
que talvez soe como uma poesia
não consigo parar um segundo
toda a doença da m'alma doentia
que me leva para baixo para o fundo.

Porem hoje é tão pouco o que sei
mas só sei que esta dor nunca morre
o mundo todo parece ausente
não tenho como aliviar este porre.

Meus caminhos eu seguirei sozinho
iluminado pelo sol e o seu brilho
muito embora eu não veja a hora
de apodrecer no calor do meu ninho.

Alexandre Montalvan


 
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montalvan
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Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 10/06/2017 13:50  Atualizado: 10/06/2017 13:52
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Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
Mensagens: 8560
 Re: Apodrecer/ PARA MONTALVAN
Excelente poema, em que o autor versa magistralmente a condição humana em sua dualidade ou ambiguidade intrigantes para o racícionio, ainda, engessado por velhas e preconceituosas teorias.
Aqui, retratou bem, o que se convencionou chamar o ser humano de Luz e Sombra, na perspectiva junguiana, suas misérias, suas glorias, sua sombra e sua luz.

Bravos Montalvan, gostei muito!
Parabéns.
Abraços