A vida é a viagem mais curta da alma.
Ao corpo físico cabe o dever
A responsabilidade de bem cumprir esta viagem.
Imutável é o fim. Inevitável a memória
Sempre que o corpo cumpre uma premissa
Afirmo, o desígnio por que a cumpre
É a manifestação pura do amor
A recompensa fisica, é a plenitude desse amor
Cuja expressão, mesmo que diluída
No vazio da inexistência
Terá sido imutável enquanto durou
Ou seja, por inequação do seu fim
Terá sido amor eterno.
A vida é mais um sonho de viver
É catarse da alma
Perdida na inconsciência do imediato
Sujeita portanto ao castigo deste engano
Como compensação pelo erro assumido
E entregue à fantasia
Entre fugazes alívios materiais
Que por serem físicos, nunca bastarão
A vida cumpre-se por si própria
Sem destino, porque o destino é não chegar
É cumprir a curta viagem do corpo
Como parte, da infinita viagem da alma
Neste entremeio, tudo é mutante
Tudo se apresenta volátil
Tudo é conforto sensitivo
Transitório e passageiro
O conforto é um brinquedo novo
Nas mãos de uma criança
Que rápido se cansa do brinquedo novo
Por já ser velho nas suas mãos
E então chora, instintivamente
Pelo conforto de um brinquedo novo.
Para lá do sonho e da viagem
Igualmente eternos
A alma e o amor
E o carrossel da vida.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.