E depois do tempo…
O tempo escreve seu folhetim velando
A solidão que desponta em mim
Tantas são as ausências ali prostradas
Esquadrinhando cada remendo dos silêncios
Esguios, misericórdios assim aprisionados
É tempo de seguir o tempo que se esgueira súbito
Abandonado no colo da farta tristeza sancionada
Num lamento caminhando afeiçoado ao relevo
Das saudades patrocinando a luz da noite
Que morre mística, comovida…clonada
Neste código de silêncios onde supervisiono
Todas as solidões do mundo purifico cada
Desejo numa catarse de amor regurgitando
A plenitude das tuas essências perfumadas
Inflacionando de beijos e carícias aquela
Mítica mágoa deambulando resignada
Abeirei-me das escarpas do tempo onde
Degluti meu destino rude fugindo hábil
Pelo ventre da noite, qual despacho mais
Lúcido de um verso retocado, alucinado
Drenando as palavras onde me deleito condenado
Agora por fim abstenho-me das incógnitas ilusões
Que passeiam na destra hora onde retoco
E estrangulo minhas desilusões
Ficam em reclusão os fragmentos de tempo
Vigiando teu adormecer num instinto
Mago, sensorial…devoto e maternal
E depois do tempo…outro tempo virá
E que chore até a saudade mais estonteante
Para que as margens bucólicas do tempo
Se estreitem ondeantes engolindo lentamente
A perfeita fusão da vida que agora se regenera exuberante
FC