Ouço as águas dos mares do Sul.
No primeiro golpe dos vendavais,
Esqueço-te.
Vejo rosas adormecerem na face.
Abrem-se as janelas.
Recebo com alegria
as manhãs de maio.
Vejo teu corpo entre as toalhas
e os tapetes comprados no Vietnã.
És forte. Tens a postura inspirada
numa escultura da Grécia antiga.
Adormeço. Ouço nos teus lábios
uma canção de ninar, herança
dos antepassados russos.
Ventos deixam marcas nos muros
do tempo de nós dois. Dissolvem
o lodo... levam longe partículas
pesadas e escuras.
Sou estranhamente feliz.
Falo com flores e pedras.
O sol purifica a minha face.
Aquece meus braços
no vazio de ti.
Poemas em ondas deslizam nas águas.