Tenho medo de perder aquilo que zelo
tenho medo de que aquilo que zelo não me avise que está indo,
a todo momento penso
a todo momento imagino como tudo era antes, frio e vazio
não quero ser egoísta,
a todo momento
a qualquer hora
penso: “Tudo será como antes, não se deixe ser degenerado novamente, você está desprotegido, onde esta sua armadura? Exposto, a qualquer momento você será apunhalado, os pontos vão se abrir, vai dar conta de fechar eles novamente?”
A todo momento penso em tudo que pode estar acontecendo
não consigo relaxar
sou covarde
sou como um cão amedrontado com o rabo entre as pernas,
vozes me confirmam isso
vozes me alertam
vozes que funcionam como boias
quando apenas quero me afogar sem medo: “tome cuidado, muito cuidado, talvez você não encontre o oxigênio que procura no fundo desse grande mar, escuro e acolhedor.