Dormita um fio de luz boleada a branco
na copa redonda daquele pinheiro manso.
No banco de jardim caruma agulha se joeira lânguida
adaga sombra por sobre carcaça inteira.
[a agulha vai e vem em ponto luz - penetra a tarde
perfura a pedra-basalto em salto alto].
Tombo inquieta de corpo e sangue incerto.
Alma escarpa
epidérmica se esbate envolta em eco.
[escasseiam-me os risos e os prantos
celibatárias divindades afogadas em alto-mar].
É eterno o desagasalho o frio que se escorre
num cesto descosido de maquetas e palavras.
Uma valsa lenta
sob um pôr-do-sol dramático
Um bolero urdido em pernas em penas
O corpo em arco
Um aro
um ritmo arrojado ao tango.
Danço
em trechos liliputianos
(des) compasso-me no emarear das ondas.
Daqui do mar. A um só passo.
Um traço
Um espaço em branco
Um vocábulo solto. Daqui o mar de novo … revolto.
Dormita labareda cândida
enreda em leito – (a)corda estica sisal dorido.
Dormito
no colo um livro aberto
um lenço antigo bordado
uma meda d’algodão um crivo
e uma roca de fiar o verbo irregular.
É urgente substantificar ritmos.
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