RESIGNAÇÃO
(Thiago V)
Hoje não haverá choro nem ranger de dentes
Pois à hora morta mais morta minha alma há de estar
Na passividade gélida do esquecimento
Solitário sempre estará
Aquele a quem outrora alcunha dei
Durma sempre belo entre teus lírios e louros
Certeza tens de que outra vez triunfaste
E tu, testemunha silenciosa dos delírios insanos,
Quase raiada bilhas soberana, rainha
Lugar-comum dos meus cantares
Assim tão apaixonados e tresloucados
Revela-te e assim tão esplendorosa
Hei de reconhecer-te minha senhora
Prima Donna, e com teu acalanto
Volta a dormir, doce e tolo coração,
Durma o sono dos justos
Já que na ironia da inconstância
Perdedor dos perdedores sempre és e serás.