Ingredientes:
• Quilos de presentes
• Quilo e meio de sim
• Punhados de falta de regras justas
• Pitadas de não
Modo de fazer:
Deixe que seu filho ouça sempre o quanto você teve responsabilidades “cedo demais”, como se ter responsabilidade fosse algo a ser posto em uso só quando ele for adulto.
Poupe seu filho de saber dos problemas e dificuldades que você passa para que ele tenha conforto e bons colégios, mas se o fizer, jogue na cara dele aos berros, somente em razão da suspensão que ele teve na escola.
Compre centenas de brinquedos e deixe que ele os destrua, justificando o quanto é engraçadinho ele ser curioso. Lembre-se de comprar outros novos, toda vez que se achar em falta com a atenção que ele pede.
Nunca diga não, isso pode “traumatizá-lo”.
Imponha uma regra ou punição do tamanho e no instante da sua raiva por ele ter feito uma “arte”, e revogue a punição no dia seguinte porque o coitadinho está triste...
Revogue a alforria na próxima vez que ele fizer a “arte” e torne a revogar quando ele ficar te amolando com o “deixa mãe” cento e quarenta e cinco vezes.
Compre todos os doces, balas, bolas e brinquedos quando seu filho colocar no carrinho do supermercado, mas se disser não e ele se jogar no chão gritando, pegue logo o pimpolho e dê imediatamente o que ele quer, para não passar vergonha!
Lembre-se de que dizer não hoje, pode ser sempre sim amanhã.
Deixe que ele exercite sua masculinidade ao levantar as saias das meninas e mostrar o “bilau” para a vizinha. Fique orgulhoso de que ele seja conhecido na rua como o terror das menininhas.
Se for menina, que siga impreterivelmente a moda das bonecas, maquiagem e cabelos bem adultos. Compre o CD do “creu” e se maravilhe com o jeito que ela tem para imitar as dançarinas da TV.
Quando seus filhos perguntarem sobre sexo, diga que isso é com o seu pai se for homem e com sua mãe, se for menina; Mas não se esqueçam de deixar o assunto “saia justa” para aquele momento em que você já está com a chave do carro na mão. Isso funciona!
Falando em chave do carro, coloque o seu filho no colo em frente a direção e deixe que ele dirija. Isso vai estimular o garoto a ser um bom piloto quando crescer.
Dê-lhe um carro elétrico aos 4 anos, uma mini-moto aos 8, mas tire o mês de passeios e o apelide de "filhote de marginal” quando o menino pegar o carro aos 13anos só para uma voltinha no bairro:_ Quem ele pensa que é?
Deixe que ele veja o seu entusiasmo ao gritar com a mãe dele (ou o pai) o quanto sente não poder sair com os amigos, exercer aquela liberdade perdida.
Atenda o celular dirigindo para que ele saiba o quanto você dirige bem, jogue o saco de pipocas que ele deixou cair no carro, pela janela. Deixe que ele participe do seu orgulho ao conseguir a licença de saúde para ir ao jogo da final do campeonato,
Lembre-se de contar saudoso, as maravilhas dos porres em que precisou que seus melhores amigos te levassem para casa no tempo da faculdade, os rachas e as vezes que fazia milagres para conciliar o tempo com as (os) três namoradas(os) que arranjou.
Enquanto for pequenino distraia o pobrezinho andando quilômetros com o prato de comida atrás dele, e quando crescer entenda quando ele quiser comer sozinho no quarto se estiver nervoso. Almoço em família é chato e briga certa!
Critique na frente dele o “veado” seu colega de trabalho, o cheiro de pobre da empregada.
Quando ele crescer, pague os quatro cursinhos necessários para que ele ingresse na faculdade, mas enquanto a lista de aprovados não contiver o nome dele, financie as baladas, as “haves” e a viagem com os amigos na semana da prova, pois o(a) menino(a) precisa espairecer.
Poupe o pai dos deslizes da sua filha com o horário de chegar da festa, o namoro com o pilantrinha do quarteirão de baixo e com a mesada que acabou no dia seguinte ao recebimento.
Pague logo as contas que ela fez na loja da sua amiga sem pedir consentimento.
Escorregue, por baixo dos panos um dinheirinho extra, já que fica feliz de poder dá-lo, enquanto que seus pais nunca puderam fazer isso.
Não deixe que ele trabalhe em nada que possa ganhar “uma merreca”, pois ele não precisa disso: afinal você pode sustentar a família com dignidade e conforto.
Por fim, lembre-se de chamá-lo de “impossível” e enfatizar, na presença dele, aos seus amigos o quanto é rebelde e mal-criado. Isso é muito importante!
Junto às horas em que não teve tempo para as tediosas reuniões de escola, choramingas com os finais de namoro, assunto banal, polvilhe com comodismo e pronto:
Parabéns, você fez um grande bolo!
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