DESEJOS
Só não quero ver
O que não posso ter
Só não quero ter
O que não posso ver
Só viver da arte viver
Pro vento abrir janelas
Quero braços pra levar meus versos
E telhas de nuvens pra nos proteger
Só não quero cantar
O que não posso amar
Só não quero amar
O que não posso cantar
De repente bocas frias se beijam
O segredo dos olhos desmancha o nó
E a noite acaricia corpos que se desejam
Calados e loucos, assim cantam em dó
Só quero ver
O que posso amar
Só quero ter
O que posso cantar
José Veríssimo