Poemas : 

Sobre perguntas e canções por demais entoadas

 
Vejo que me desmoronou antes do final o poema sem rosto,
porém que se apresenta sem espinhos, nem rosas,
não como a onda furiosa castigando as pedras do cais;
ei-lo isento de um mísero feixe de luz a beliscar,
mantendo sempre, sempre a boca no mais perfeito silêncio,
assim como quando falas em pontos finais e vejo que absolutamente nada aconteceu.

Como sempre e mais uma vez o sol nasce desde o oriente,
e se põe, antes aquecendo a vida das pessoas que acordam a cada manhã,
incluindo as amantes saudosas, habitantes das ilhas desertas superlotadas de mágoas,
e às cegas que assim o são porque ainda não quiseram ver a luz escarrada.

Sem mais perguntas até o final da canção por demais entoada,
celebrando paixões com palavras e gestos arrancados dos olhares famélicos,
é ela carente de alvíssaras, mas saudada pelos pássaros em chilreares festivos,
quando derrotada sei com certeza que tua Alma jamais cairá do céu:
a presença de Ti fará com que nunca cesse de jorrar essa fonte.


 
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Phalaenopsis
 
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