Arrancas a alma das raízes
Infelizes de paisagens cegas
Negas o olhar paternal do outono
Sono imortal da mão vazia
Fazia outro tempo, lucidez
Talvez a morte como a dizes
Cicatrizes que ficam, a memória
Glória efémera de um adeus
Céus pardos que gritam
Lutam entre si, filhos
Trilhos, chão de meretrizes
Vozes silenciadas de um passado
Elevado à maior potência
Indecência de me ver assim
Sim, neste corpo de velho
oh lord won't you buy me a mercedes-benz
Invades a tua carne com ópio e sal
Magistral ódio de eternizar a guerra
Terra de sangue, rio de sangue
Exangue silhueta a tua, mulher
Quer o mundo que morra
Masmorra de ensejo animal
Final no ímpio desespero
Tempero da vida, só dela
Vela que se fina chorosa
Rosa de jardim suspenso
Intenso incenso, informal
Mal, maldito escriba zanaga
Praga esquiva em tom sincero
Zero é ser mais que nada
Amada, esta selva urbana
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma