A sedosa sensação do toque
Que transpira desejos, frio
Sabe-se doce, agridoce
Nas mãos nuas de sedução
O olhar perdido em choque
Solta uma lágrima de alívio
No som mudo que a trouxe
Olhos loucos, verde-limão
A pele levemente arrepiada
Soluça ar quente, ofegante
Os dedos afagam o cabelo
Apertam o cetim dos lençóis
Gritam por nada, mais nada
Num acto herético e elegante
Funde-se no último apelo
Do gozo de mil sóis
A tristeza esboçada no sorriso
De quem engana os incautos
É sedenta de tudo, tudo mais
Deste mundo, nosso mundo
O coração que bate preciso
Enfeitado de desejos lautos
Loucos sem outros iguais
É meu, é teu, moribundo
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma